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Mylena Cuenca |
Segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, jovens entre 18 e 24 anos representam 15% da população maior de
idade no país. E as empresas começam a se preparar para receber esses novos
colaboradores, que se diferenciam pela alta capacidade inovadora e tecnológica,
uma necessidade cada vez mais demandada pelas empresas que passam pela
transformação digital.
Um estudo feito pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes
Lojistas), SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e SEBRAE, revela que 42%
desses jovens buscam trabalhar com o que gostam. Para eles, o propósito é
fundamental. Empresas que não tem um propósito bem definido, tendem a ser menos
atrativas para esse público.
Eles precisam entender porque estão naquela companhia e, melhor
ainda, saber se estão fazendo alguma diferença no mundo ou na vida de alguém.
Para eles, é inaceitável ser apenas mais um. Querem fazer parte de algo maior,
significativo. Inclusive, iniciativas sociais costumam agradar, já que eles
gostam de vestir a camisa da empresa e lutar pelo que acreditam.
Além disso, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é
fundamental, mesmo que não exista uma divisão clara. Bater cartão de ponto é
algo que simplesmente não faz sentido. Eles gostam de ter autonomia e flexibilidade
para arquitetar ideias e implantá-las. Empresas que oferecem benefícios
como home-office se
tornam mais desejadas. Um ambiente aberto, dinâmico, onde o relacionamento e a
comunicação com outros colegas profissionais seja mais fácil, e não exista um
lugar fixo para trabalhar, também proporciona espaços para que esses jovens
falem tanto de aspectos pessoais quanto profissionais em um mesmo ambiente.
O salário é importante para 31% deles, de acordo com a pesquisa.
Eles até querem uma boa remuneração, mas sem abrir mão do propósito, da
autonomia e de um bom plano de carreira. A geração Z quer velocidade tanto na
carreira quanto nas tomadas de decisões. Aprendem muito rápido e, na visão
deles, em pouco tempo já estão preparados para uma nova posição dentro da
companhia.
Como são imediatistas, se não conseguem o que querem, tendem a
buscar outras oportunidades, numa postura tão dinâmica e desprendida que chega
a chocar as gerações anteriores, acostumadas a passarem vários anos em uma
mesma empresa, construindo uma carreira mais sólida.
Eles
também não costumam gostar de hierarquias. Para esses jovens, diretores e
presidentes são pessoas comuns e não devem ser tratadas de um jeito diferente. Da
mesma forma, tem que tomar mais cuidado com os feedbacks negativos, pois
dependendo da situação, podem interpretar de forma errada, desmotivando-os
dentro das suas funções. A geração Z tende a achar que estão sempre certos. Os
mais velhos é que não entendem suas formas de pensar porque já estão ficando
para trás. Eles entendem ser inovadores, tecnológicos e pensam lá na frente.
Cabe destacar que esse é um ponto que merece muita atenção das
empresas, visto que pela primeira vez na história, temos tantas gerações
trabalhando simultaneamente. É imprescindível entender as características,
necessidades e anseios de cada uma, buscando alcançar os objetivos comuns da
empresa. É preciso haver respeito mútuo.
Para atrair e reter esses novos profissionais, as empresas
precisam buscar formas de motivá-los o tempo todo. Eles gostam de receber
estímulos, em especial aqueles que valorizam a diversidade e as causas sociais.
Espaços abertos, com relações flexíveis, respeito e inclusão são os mais
procurados por esses jovens que tem muito a contribuir nesses novos contextos
de mundo e de mercado. Projetos inovadores dependem da ousadia e desprendimento
da geração Z.
Mylena Cuenca é administradora de empresas pela
Universidade Presbiteriana Mackenzie e headhunter na
Trend Recruitment, consultoria boutique de recrutamento e seleção para marketing
e vendas.
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Como atrair e reter a geração Z?
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