Iniciativa surgiu para
encorajar as crianças na hora do tratamento; máscaras termoplásticas com temas
infantis são confeccionadas pela equipe do Hospital do Câncer em Uberlândia
Se enfrentar o câncer para os adultos já não é uma
situação fácil, para as crianças, todo o processo do tratamento pode ser ainda
mais complexo, mas no Hospital do Câncer em Uberlândia os profissionais sempre
buscam alternativas para tornar o tratamento ainda mais humanizado e amenizar
os medos e angústias dos pequenos pacientes. Uma dessas mudanças veio para
ajudar os pacientes infantojuvenis nas sessões de radioterapia.
No tratamento de tumores de cabeça e pescoço, face ou sistema nervoso central,
para a realização das sessões radioterapia, é preciso que os pacientes usem
máscaras termoplásticas para que fiquem imobilizadas para que o procedimento
ocorra corretamente e que os órgãos próximos e saudáveis não sejam
prejudicados. O que poderia ser um grande desconforto e algo sem identidade ou
cor ganhou um universo lúdico e colorido para ajudar as crianças a enfrentar
melhor o tratamento. A iniciativa partiu da equipe multidisciplinar que assiste
os pacientes infantojuvenis, que inclui a médica radioterapeuta Cláudia
Tavares, o coordenador pedagógico Leonardo Almeida, a assistente administrativo
Marcela Calixto e a voluntária e artista plástica Maria Clara Ferraz. A ideia
foi pintar nas máscaras de cada paciente com super-heróis e outros personagens
dos quais elas mais gostam para encorajá-las durante as sessões de
radioterapia.
A radioterapeuta Cláudia Tavares explica que a máscara
faz parte do sistema de imobilização para o tratamento com radiação ionizante.
Essa estatização correta e adequada garante a proteção adequada dos órgãos de
risco vizinhos da área de tratamento e que na hora da entrega de dose não
ocorra deslocamentos do alvo do tratamento. Por ficar fixa à cabeça, a máscara
pode gerar um desconforto nas crianças e pinturas ajudam a amenizar essa
sensação. As pinturas representam bem o que cada paciente quer se transformar
ao usar a máscara com a imagem de personagens favoritos. Na hora da
radioterapia, os pacientes colocam as máscaras dos personagens e com coragem
entram em cena para realizar o tratamento.
A artista plástica e voluntária, Maria Clara Ferraz,
conta que a confecção das máscaras personalizadas para as crianças já acontece
há dois anos e elas são feitos à base de tinta acrílica não tóxica e que não
oferece nenhum tipo de risco a saúde dos pacientes. Elas são feitas sob demanda
dos pacientes, conforme o início do tratamento da radioterapia e além da
alegria e encorajamento, os benefícios das máscaras são ainda maiores. “O
trabalho lúdico ajuda o paciente a aceitar melhor o tratamento, diminui a
ansiedade e contribui no atendimento para a realização de procedimentos. Já
pintei diversos, entre eles: Homem Aranha, Batman, Elza, Homem de Ferro,
Gatinha Mimi, Capitão América e até personagem da série La Casa de Papel. Todo
esse cuidado é para que possam passar melhor por essa fase”, disse Maria Clara.
Além de trazer a questão lúdica para esse momento do
tratamento, Leonardo Almeida, coordenador pedagógico do Hospital, conta que os
benefícios são sentidos também na resposta dos pacientes em relação ao
procedimento. “É perceptível os benefícios que envolvem o bem-estar e a
qualidade de vida do paciente no tratamento de radioterapia, utilizando as
máscaras customizadas. Antes dessa iniciativa, algumas crianças precisavam ser
sedadas para realizar o procedimento e isto incluía o desconforto do jejum e dos
efeitos colaterais dos sedativos. Hoje, podemos perceber crianças mais
motivadas e confiantes para o tratamento de radioterapia”, afirma.
A radioterapeuta Cláudia Tavares enfatiza que apesar das
máscaras termoplásticas não interferirem no tempo de tratamento, que continua
sendo de 10 a 20 minutos, houve receptividade e aceitação maior por parte das
crianças para realizar os procedimentos depois que elas ganharam cores e
personagens especiais. “A abordagem no consultório sobre a necessidade do uso das
máscaras ficou mais lúdica. Atualmente, preciso inclusive estar bem informada
sobre super-heróis e princesas, para estreitar a relação médico-paciente. Sem
dúvida, a humanização do atendimento é perceptível e houve uma facilitação para
a realização diária do tratamento sob responsabilidade da nossa equipe de
técnicos em radioterapia”, afirma a médica.
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Crianças com câncer se transformam em super-heróis durante radioterapia
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Oleh
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